Unindo o mundo digital e físico

Já estamos vendo uma ponte emergente entre os mundos digital e físico, e essa tendência continuará em 2023. Há dois componentes nessa fusão: tecnologia digital gêmea e impressão 3D.

Gêmeos digitais são simulações virtuais de processos, operações ou produtos do mundo real que podem ser usados ​​para testar novas ideias em um ambiente digital seguro. Designers e engenheiros estão usando gêmeos digitais para recriar objetos físicos dentro de mundos virtuais, para que possam testar em todas as condições concebíveis sem os altos custos dos experimentos da vida real. Em 2023, veremos ainda mais gêmeos digitais, de fábricas a máquinas, carros e assistência médica de precisão.

Depois de testar no mundo virtual, os engenheiros podem ajustar e editar componentes e criá-los no mundo real usando a tecnologia de impressão 3D.

Por exemplo, as equipes de Fórmula 1 atualmente coletam dados transmitidos por sensores durante as corridas, bem como as temperaturas da pista e as condições climáticas, para ver como os carros mudam durante as corridas. Em seguida, eles transmitem os dados dos sensores para gêmeos digitais dos motores e componentes do carro e executam cenários para fazer alterações de design em tempo real. As equipes então imprimem em 3D as peças do carro com base nos resultados de seus testes.

 

Comprovado: Nosso cérebro usa computação quântica

 

Projeto Cérebro Quântico

Nos últimos séculos, os cientistas têm-nos comparado com máquinas e as máquinas conosco – temos uma “maquinaria celular” e computadores são “cérebros eletrônicos”, lembra-se?

Com o advento das tecnologias quânticas, físicos e neurocientistas estão pensando em dar um upgrade nessas comparações.

“Será que nós poderíamos ser computadores quânticos, em vez de meros robôs inteligentes que estão projetando e construindo computadores quânticos?” propõe o professor Matthew Fisher, da Universidade da Califórnia em Santa Barbara, nos EUA.

E ele vai tentar responder a essa pergunta; não sozinho, mas junto a uma equipe interdisciplinar e interinstitucional que está se reunindo em torno de um projeto multimilionário batizado de Projeto Cérebro Quântico, ou QuBrain (Quantum Brain Project).

  • Computação quântica biológica

Algumas funções que o cérebro realiza continuam a iludir a neurociência – o substrato que “guarda” as memórias de longo prazo, por exemplo, ou mesmo como o cérebro registra, retém e recupera todas as memórias.

A mecânica quântica, que lida com o comportamento da natureza em níveis atômicos e subatômicos, pode ser capaz de dar algumas pistas. E isso, por sua vez, poderia ter grandes implicações em muitos níveis, da computação quântica e das ciências dos materiais à biologia, saúde mental e até mesmo na conceituação do que é ser humano.

A ideia de uma computação quântica ocorrendo em nossos cérebros não é nova. O que Fisher planeja fazer é identificar um conjunto preciso e único de componentes biológicos e mecanismos chave que possam fornecer a base para o processamento quântico no cérebro.

Projeto Cérebro Quântico: Somos computadores quânticos biológicos?

As mudanças trazidas pelo Metaverso podem impactar, na prática, em diferentes setores

Especialistas discorrem sobre as oportunidades que o espaço de imersão virtual pode proporcionar ao mercado de finanças, energia, e-commerce e educação.

Depois que empresas bilionárias como Nike, Ralph Lauren e Meta (antigo Facebook) decidiram reforçar seus investimentos em Realidade Virtual e Aumentada, o assunto é um dos mais comentados no mundo tecnológico. Estudo global publicado pela McKinsey, aponta que grandes empresas, fundos de venture capital e private equity já investiram mais de US$ 120 bilhões em negócios ou ativos no Metaverso, apenas nos primeiros cinco meses de 2022 — mais do que o dobro de tudo que foi investido em 2021. Segundo João Kepler, CEO e fundador da venture capital mais ativa da América Latina, a Bossanova Investimentos, o valor mostra que, sendo o futuro da internet ou não, o mercado tem interesse no setor. “No momento, é tudo especulação em relação a como a cultura irá receber essa ferramenta, mas é um movimento importante de fazermos, porque essas marcas irão atrás de popularizá-la, assim como o Facebook fez com as redes sociais”, comenta Kepler.

Novo jeito de comprar deve mudar processos logísticos
As mudanças trazidas pelo Metaverso podem impactar os processos que envolvem a logística por si só, como por exemplo a possibilidade de turbinar treinamentos operacionais e de Compliance, já que a logística tradicionalmente tem o maior turnover dentre os departamentos de uma empresa. Porém, o maior impacto deve se refletir no e-commerce. Segundo Marco Beczkowski, diretor de vendas e CS na Manhattan Associates, empresa global em soluções para a cadeia de suprimentos, algumas mudanças devem vir com o aumento das vendas no ambiente virtual. “Entre os principais impactos que poderemos ver cito a redução em certos tipos de devolução como moda, acessórios e decoração, já que será possível experimentar virtualmente qualquer produto antes de realizar a compra. Além disso, haverá uma maior tendência de personalização, Dado que as pessoas vão querer materializar looks criados exclusivamente para o Metaverso, o que deve aumentar o uso de impressão 3D. Eventualmente esse processo poderá ser feito nos próprios centros de distribuição para evitar maiores custos logísticos”, explica.

Poder da simulação vai acelerar inovação no setor elétrico
A disponibilização de novos serviços, com dispositivos e plataformas cada vez mais ágeis, vai exigir um suporte de infraestrutura de rede. “No setor de energia elétrica, um dos principais pontos de mudança é o aumento no tráfego de Dados. Com mais equipamentos conectados e funcionando em alta velocidade, a necessidade de respostas mais rápidas será primordial”, explica Danilo Barbosa, vp executivo na Way2, especializada em medição e gerenciamento de Dados de energia para empresas, usinas e distribuidoras.

A rede 5G, que começou a ser ativada no Brasil neste ano, deve facilitar as experiências imersivas no mundo virtual. Com conexões 20 vezes mais rápidas que o 4G, possibilidade de manter mais aparelhos simultaneamente na mesma rede e tempo de resposta entre dispositivo e servidor muito menor, o 5G vai possibilitar essa troca de informações de forma mais ágil e eficaz. “Além desse suporte, um leque vai se abrir para as empresas de todas as áreas, assim como as de energia. O poder da simulação, por exemplo, pode acelerar a inovação para o setor”, explica Barbosa.

Processo de aprendizagem mais atrativo
A prática de lifelong learning já é entendida pelo mercado como essencial para a formação de um bom profissional. Com a aproximação maior entre o físico-digital que o Metaverso proporciona, a educação ganha o potencial de se tornar imersiva e prática, o que pode fazê-la mais atrativa para os estudantes — principalmente aqueles da Geração Z, que já nasceram com autonomia e curiosidade frente à tecnologia. Há muitos benefícios que o Metaverso traz para o processo de aprendizagem, mas é preciso ter os pés no chão. É o que argumenta Leandro Herrera, CEO e fundador da Tera, plataforma de educação online e ao vivo para profissões digitais. “Passaremos a ser mais ativos no nosso próprio ensino, mas é importante ressaltar que a implementação do Metaverso no setor não é a realidade da educação brasileira, onde as escolas públicas ainda sofrem para disponibilizar amplo acesso à internet. O Metaverso é uma possibilidade de longo prazo”, explica Herrera.

Fintechs podem aproveitar aumento no volume de Dados
As possibilidades que o Metaverso oferece impactam diretamente o setor financeiro, afinal é um espaço onde negócios são realizados. O pagamento de serviços, a compra de produtos e investimentos acontecem assim como em ambientes comuns da “vida real”. Tecnologias descentralizadas, como o Blockchain e os NFTs (tokens não fungíveis), por exemplo, têm se destacado na discussão. Ao mesmo tempo, o Banco Central tem promovido discussões sobre como o ecossistema de finanças descentralizadas (DeFi), NFTs e o Metaverso podem ser integrados à plataforma do Real Digital. Para Felipe Santiago, CEO da CashWay, techfin que oferece soluções Banking as a Service focadas em atender as demandas de Instituições de Pagamento e Financeiras, um dos pontos a ser observado dentro deste contexto é o aumento no volume de dados transacionados. “Há um número gigantesco, e que deve aumentar ainda mais, de Dados percorrendo este espaço de imersão virtual. Para as instituições do mercado financeiro, eles são muito valiosos”, explica. Segundo ele, a facilitação de acesso aos dados dos consumidores e das empresas gera mais transparência e pode facilitar investimentos e negócios.

Aderindo ao metaverso com segurança no meio digital
Quando uma mudança tecnológica ocorre, sempre surge uma preocupação com a segurança. É o que diz Fabiano Garcia, CEO da Mediasoft, empresa especializada em experiências com Realidade Virtual, aumentada e estendida, e um dos especialistas convidados do HostGator Academy — plataforma de cursos educacionais da multinacional de hospedagem de sites HostGator, na temática do Metaverso.

O executivo salienta que, junto com inovações tecnológicas surgem sempre tendências de fraudes e falsificações, porque enquanto todos estão fascinados com a novidade, hackers procuram por vulnerabilidades e uma forma de passar despercebidos.

“A identidade é a primeira coisa a ser atacada. O phishing pode aparecer no Metaverso em forma de um avatar, de um caixa em um lobby de banco virtual, ou uma réplica do seu diretor convidando para uma reunião virtual. Por isso, os mesmos cuidados que se tem no uso da internet devem ser replicados no Metaverso. O primeiro passo é entender o que é o Metaverso, e para isso é preciso se educar. Existe uma curva de aprendizado que passa da empresa para seus consumidores”, aponta Fabiano.

Ele ainda sublinha que a entrada no Metaverso tem que ser coerente com a estratégia da empresa, sua comunicação e relacionamento com a marca. “Uma estratégia mal planejada pode criar custos desnecessários e ter efeito contrário e prejudicial à imagem da empresa”.

Gilberto Martini, fundador da Invirtuoos, empresa que desenvolve soluções e conteúdo para Arquitetura e Construção no Metaverso, também participante do HostGator Academy, destaca que todos os Dados dos usuários são armazenados nos servidores da empresa detentora do Metaverso. Como estes dados serão usados vai depender da política de uso e compartilhamento de Dados.

“No Brasil, a LGPD obriga as empresas que armazenam Dados de usuários a informarem como os Dados são tratados e compartilhados. O usuário, antes de acessar o Metaverso ou qualquer outra aplicação com ambiente virtual, deve aceitar ou não compartilhar seus Dados”, informa.

Nos “Metaversos” que usam uma criptomoeda, diz Gilberto, a segurança é muito maior. Isto porque o usuário tem uma carteira digital, que por meio da tecnologia de tokenização, atualmente, é considerada impossível de fraudar.

 

UE aprova carregador único para vários dispositivos eletrônicos

A partir do outono de 2024 passará a existir na União Européia um único carregador USB-C universal para telemóveis, tablets, livros eletrónicos, câmaras digitais, consoles de jogos.A UE decidiu impor um único carregador universal tipo USB-C para todos estes utensílios que nos acompanham nas nossas vidas na era digital.

Mas ter um único carregador para todos os aparelhos não é a única vantagem. A proposta da Comissão Europeia, que agora pôs de acordo Parlamento Europeu e o Conselho Europeu, visa harmonizar os dispositivos e sobretudo reduzir as 11.000 toneladas de resíduos eletrónicos anuais.

O Comissário Europeu para o Mercado Interno, Thierry Breton, disse em conferência de imprensa: “Esta nova regra poupará mais de 1.000 toneladas de resíduos eletrônicos por ano, Conseguem imaginar? Com um único regulamento? Isto, para além de uma enorme redução anual de CO2. Isto equivale a 10 milhões de smartphones e 2600 toneladas de matéria-prima. E sabemos que hoje em dia, mais do que nunca, a matéria-prima é crítica”.

O projeto de regulamento foi lançado pela Comissão em 2009, mas até agora tem encontrado forte resistência por parte da indústria, apesar de a variedade de carregadores existentes ter sido grandemente reduzida ao longo dos anos. Passou de 30 tipos diferentes para três: o Micro USB, utilizado na maioria dos telemóveis, o mais recente USB-C e o Lightning utilizado pela Apple.

Esse pacto, contudo, expirou em 2014 e em setembro passado o executivo da UE lançou uma nova proposta que veio hoje a ser concretizada, num acordo que terá ainda de ser formalmente ratificado pelo Conselho da UE – a instituição que representa os países – e pelo Parlamento Europeu.

Por enquanto, o carregador único não será compatível com computadores portáteis, relógios eletrónicos ou dispositivos que medem a atividade física, por razões técnicas tais como o seu tamanho.

Grupos de consumidores, embora acolhendo favoravelmente o plano da UE, lamentaram que o mesmo não abrangesse os sistemas de carregamento sem fios em rápido crescimento.

1 em cada 4 brasileiros está sendo espionado por app em celular

Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (16) pela desenvolvedora de softwares de segurança Kaspersky afirma que “um em cada quatro brasileiros já foi ou está sofrendo um monitoramento abusivo por meio da tecnologia”. De acordo com os pesquisadores, a instalação de um app espião no celular tem sido a forma mais comum de perseguição digital.

O estudo “Stalking online em relacionamentos” revela que esse tipo de programa, muitas vezes baixado da internet com riscos de malware, é geralmente instalado no aparelho da vítima que o stalker quer seguir, sem que ela saiba sequer do que se trata. As entrevistas feitas mostraram que 70% dos brasileiros não sabem o que é stalkerware ou spouseware, muito menos da existência de softwares espiões.

Como os stalkerwares funcionam no Brasil?

Stalkerwares especializados são capazes de rastrear, e informar online, os movimentos de qualquer pessoa via GPS, monitorar atividades nas redes sociais, ligações telefônicas, fotos e qualquer material transmitido ou recebido via celular. A coisa é tão séria no Brasil que até ensejou uma lei – a 14.132/21 – alterando o Código Penal para prever o crime de perseguição. 

Embora a lei tenha sido aprovada em um contexto de combate à violência doméstica contra mulheres, os resultados da versão brasileira do estudo da Kaspersky mostraram que, em nosso país, dos 30% que afirmaram conhecer stalkerware ou spouseware, 32% eram homens e 29%, mulheres. Segundo especialistas, o cyberstalking é uma forma de violência, da mesma forma que a física, a psicológica e a financeira, constituindo uma forma de agressão.

A pesquisa “Stalking online em relacionamentos” foi realizada em setembro de 2021 pela empresa londrina Sapio de forma online. Foram feitas globalmente 21 mil entrevistas em 21 países, inclusive o Brasil. A realização, tabulação e divulgação marca o segundo aniversário da entidade Coalizão Contra Stalkerware, da qual a Kaspersky é cofundadora.

Apple será o gêmeo digital menos malvado (mais útil) do Meta

A Apple será a ponte para a tecnologia do futuro?

A Apple está implementando ferramentas para oferecer suporte a experiências na Web sempre conectadas, possivelmente estendendo-se de aplicativos de Realidade Aumentada (AR) via Safari para notificações baseadas em navegador. Isso pode sinalizar como a empresa vê o hype do metaverso se tornando relevante para a realidade.

Realidade aumentada como plataforma

Dois recursos de entrada no iOS 15.4 (atualmente em teste beta) fornecem um vislumbre de como a Apple pode pensar: Web XR e Web Push Notifications no iOS. O desenvolvedor Maximiliano Firtman diz que nenhum dos recursos funciona ainda, mas ambos são descritos na versão beta atual, o que implica que em algum momento eles funcionarão.

Combinado com o restante das ferramentas, APIs e estruturas focadas em AR da Apple, agora você tem um conjunto cada vez mais poderoso de soluções interligadas para criar e consumir essas experiências. Todos eles já são, em certa medida, suportados em mais de um bilhão de dispositivos que as pessoas usam todos os dias.

Tudo que você precisa é a ferramenta com a qual acessá-los.

Tudo que você precisa é de uma plataforma.

Melhor pode ser melhor que o superior

O CEO da Apple, Tim Cook, costuma usar a expressão “puxar a corda” sobre como a Apple trabalha com novos campos e indústrias. É uma articulação do que acontece quando você investe bilhões de dólares em P&D, mas não necessariamente tem o ônus de um prazo.

Dada a chance de investigar profundamente um tópico, você pode encontrar uma maneira de criar soluções aparentemente simples para problemas complexos. “Fazer a solução parecer tão completamente inevitável e óbvia, tão simples e natural – é tão difícil”, disse uma vez Jony Ive, o lendário ex-designer da Apple. A simplicidade é complicada.

A Apple sempre abordou problemas difíceis dessa maneira.

Ele entende que resolver desafios não é tão simples quanto encontrar a resposta, trata-se de garantir que a resposta seja profundamente acessível.

Ainda me lembro da importante entrevista “Time”, de Michael Krantz, com o então iCEO da Apple, Steve Jobs (1999), quando ele disse:

“A tecnologia explodiu. Está ficando mais complicada a cada dia. E existem muito poucas maneiras de nós, meros mortais, abordarmos toda essa tecnologia. As pessoas não têm uma semana para pesquisar as coisas e descobrir como elas funcionam. A Apple sempre foi, e espero que sempre seja, uma das principais pontes entre os mortais e essa tecnologia muito difícil”.

É por isso que a Apple puxa essas cordas em diferentes manifestações da tecnologia. Para pegar tecnologias e ideias incrivelmente complexas e transformá-las em realidades compreensíveis, as pessoas podem usar e entender – e fazer produtos que as pessoas pareçam amar e entender a partir dessas ideias.

A Apple não será a gêmea do mal

No caso do metaverso – que é uma expressão estúpida – o que poderia ser mais complexo do que construir “gêmeos digitais” de toda a nossa realidade vivida?

A empresa vem trabalhando silenciosamente nisso desde pelo menos 2017, quando Cook disse: “acho que a AR é grande e profunda e essa é uma daquelas coisas enormes que vamos olhar para trás e nos maravilhar no início”.

Também não é uma visão de mundo único. A AR não é sobre reuniões virtuais com amigos, Pokémon ou o Facebook assumindo controle social e capitalismo de vigilância.

Trata-se de aumentar tarefas e processos realmente importantes, como operações cirúrgicas, resposta a emergências, manutenção industrial, educação, atrações para visitantes, prototipagem e design de novos produtos. É sobre experiências de entretenimento esportivo de sentido completo – e sobre fisioterapia, bem-estar e exercícios. Trata-se de aumentar o que está ao seu redor com informações que você não poderia reunir de outra forma.

Na melhor das hipóteses, o AR deve ser sobre a construção de modelos digitais para qualquer processo imaginável do mundo real, para que você possa alterar os parâmetros nesse mundo virtual enquanto descobre como melhorar os resultados no mundo real. Trata-se de configurar esses mundos virtuais automatizados para trabalhar para você, aumentando seus recursos.

Estes são os “gêmeos digitais”.

Em que mundo você vai viver?

Vários metaversos existirão. Mas será a Apple que trabalhará para criar uma realidade digital que encontre as pessoas onde elas estão, não onde ela quer que estejam. Os 14.000 aplicativos ARKit já na App Store fornecem um vislumbre de onde estamos indo.

Enquanto isso, Meta está visitando legisladores conservadores e organizações libertárias para convencê-los de que sua visão para o metaverso não é má. Do outro lado da divisão política, a deputada Alexandria Ocasio Cortez (D-NY) não parece convencida.

“O foco da Apple está no aqui e agora, com a empresa se recusando a ser pega no hype do metaverso”, disse recentemente Emilio Campa, Analista da GlobalData.

“Rivais como o Meta (antigo Facebook) estão focados em construir o ‘metaverso de amanhã’, mas isso corre o risco de confundir os consumidores. A Apple sabe como as pessoas usam a tecnologia hoje, e seu silêncio no metaverso não deve ser interpretado como ignorância. A Apple está bem posicionada para lucrar com seus softwares e plataformas estabelecidos, quando o metaverso começar a se unir”.

Quando se trata do metaverso, a Apple está em posição de esperar até que todos os outros tenham tentado, e então entrar e oferecer sua própria visão inovadora.

Ou, como Ive uma vez também disse: “’diferente’ e ‘novo’ é relativamente fácil. Fazer algo que é genuinamente melhor é muito difícil”.

O metaverso e o futuro da educação no Brasil

Tendência pode revolucionar métodos de ensino e aprendizagem, aumentando níveis de engajamento e reduzindo abandono de estudantes

Metaverso já era um assunto debatido entre empresas e fãs de tecnologia, mas o termo decolou e se tornou tema em outubro do ano passado, quando Mark Zuckerberg anunciou a mudança de posicionamento da empresa Facebook, que passou a se chamar Meta e que investiria US$ 10 bilhões na popularização do metaverso. Desde então, o conceito vem movimentando o ambiente de negócios global a partir de suas possibilidades que incluem a quebra, de modo definitivo, das barreiras entre o mundo físico e virtual. Nas palavras do próprio Zuckerberg, o metaverso será o “próximo capítulo da internet”.

Mas quais os reais impactos dessa tendência para a economia e, especialmente, para o setor da educação?

Antes de tudo, é interessante expor uma breve definição sobre o termo que, apesar de bastante discutido nos últimos meses, ainda gera dúvidas no mercado. O termo surgiu pela primeira vez no romance de ficção científica Snow Crash, de 1992, que falava da criação de um universo paralelo a partir da informática. Saindo do mundo da fantasia, de modo objetivo, o metaverso é uma tecnologia que combina realidade aumentada e virtual para a criação de ambientes digitais compartilhados e imersivos, nos quais podemos recriar experiências físicas em um ecossistema online e coletivo.

Além disso, pensando ainda na infraestrutura tecnológica dessa tendência, o metaverso pode ser experienciado a partir de diferentes soluções baseadas em IoT (Internet das Coisas) e inteligência artificial que ampliam as possibilidades da transmissão de dados e da criação de espaços digitais híbridos, os quais espelham o mundo físico nesse novo capítulo da internet e da digitalização das atividades humanas.

Leia também: Gartner: 30% das organizações terão produtos e serviços para o metaverso até 2026

Em suma: estamos vivendo, literalmente, o desenho de uma nova perspectiva omnichannel que deve trazer mudanças profundas nas relações econômicas e sociais ao longo dos próximos anos, tudo com o objetivo de que se reduza o espaço entre o ambiente físico e virtual e que se criem experiências de interação humana.

Diante de objetivos tão ambiciosos, não é por acaso que o metaverso atrai a atenção das mais de grandes empresas dos mais diversos segmentos. Do próprio Facebook a Adidas; do Itaú e da Samsung a varejista sueca H&M. Em termos globais, o metaverso movimentou, já em 2020, US$ 47,6 bilhões em investimentos – valor que deve chegar a mais de US$ 828,9 bilhões até o fim de 2028, segundo projeção da consultoria Emergen Research, que destacou os segmentos de moda, mídia, entretenimento, aeroespacial, defesa e educação como os propulsores desses crescimentos. A Bloomberg, aliás, tem uma leitura ainda mais arrojada, apontando o metaverso como uma oportunidade de mercado que, até o fim de 2024, deve girar em torno de US$ 800 bilhões.

E por falar em educação, sem dúvidas, estamos diante de uma tendência que pode revolucionar os métodos de ensino e aprendizagem, aumentando os níveis de engajamento e, inclusive, reduzindo o potencial abandono de estudantes, sobretudo no ensino superior.

Sobre esse ponto, segundo estatísticas coletadas pela ABRES (Associação Brasileira de Estágios), apenas 36% dos alunos que ingressam no ensino superior acabam se formando – e, dentre os motivos, além da questão financeira que, certamente, segue como um entrave para muitas famílias, há também a questão da falta de motivação e proximidade com os conteúdos oferecidos. Em contrapartida, o número de estudantes matriculados no ensino EaD aumenta a cada ano, pois o modelo, além de oferecer uma maior flexibilidade, diminui custos para os estudantes.

Agora imaginemos um contexto em que o EaD possa se beneficiar de processos de ensino e aprendizagem mais imersivos, dinâmicos e que aumentam as possibilidades de interação dos alunos com outras realidades. Esse é um dos benefícios que o metaverso pode trazer para a educação. O potencial do metaverso, de fato, é quase ilimitado e chegaremos longe em breve, com aulas, por exemplo, sobre a Roma Antiga em um ambiente virtual que imite essa realidade ou uma excursão à sede do Google com uma turma de pós-graduação.

A tecnologia, vale salientar, é determinante para a própria transformação de modelos de ensino que, há décadas, seguem engessados no Brasil, e para a formação de profissionais e cidadãos mais preparados para o futuro. Vale frisar que países que investem no uso de tecnologia no ensino apresentam baixíssimos índices de evasão no ensino superior. Na Coreia do Sul, por exemplo, cerca de 70% da população entre 25 e 34 anos tem ensino superior. Seguida por mais de 50% no Japão e Canadá, ambos referência em uso da tecnologia em educação.

Há ainda outros exemplos que podemos citar. Um artigo de novembro do ano passado publicado pela Cambridge University Press ressalta o potencial do metaverso e do uso de realidade virtual na aceleração do aprendizado de idiomas. Já um estudo científico da Honam University, na Coréia do Sul, destacou as possibilidades do metaverso no estudo de anatomia e aulas de medicina, além de citar o exemplo de um hospital coreano que desenvolveu uma plataforma para cirurgias na coluna utilizando realidade aumentada (uma das bases tecnológicas do metaverso). Finalmente, a EuroNews reforçou, em matéria de janeiro deste ano, as possibilidades para o rompimento de fronteiras geográficas e temporais, com visitas guiadas para locais como a Casa Branca (ou a própria Roma Antiga, como no exemplo que comento acima).

Além disso, vale reforçar os aspectos de uma maior acessibilidade, redução de custos, desenvolvimento de habilidades para o século XXI (incluindo os soft skills de socialização, pensamento criativo, colaboração e capacidade de assumir tarefas múltiplas) e todo o engajamento que se ganha com ambientes mais imersivos e dinâmicos de aprendizagem.

Obviamente, pensando no Brasil, todo esse movimento exige um processo gradativo de formação e familiarização de professores e alunos com novas tecnologias que, de modo mais amplo, ainda precisam quebrar as resistências de um sistema educacional tradicionalista. O lado positivo é que já começamos a ver ecos dessa transformação ocorrendo no país. Dentre outros pontos, já temos exemplos de escolas de pós-graduação aplicando o metaverso para o treinamento de habilidades comportamentais e em um processo de aproximação do corpo docente e discente com soluções de realidade virtual, aumentada e outras tecnologias emergentes.

São os primeiros passos de uma longa caminhada que, para avançar em escala nacional, precisa de incentivo público e da mudança de mentalidades na iniciativa privada, de modo que a tecnologia se democratize e o país avance na construção de seu futuro. O fato é que o metaverso veio para ficar e o que vemos hoje é só o começo de uma profunda transformação que nos proporcionará novas experiências, desafios e oportunidades em um futuro que já começa a ser construído.

* Otello Bertolozzi Neto é cofundador e CEO da Galícia Educação

 

Kaspersky analisa novo aplicativo de reconhecimento facial

Apesar de os brasileiros estarem mais preocupados com sua privacidade nos últimos tempos, usuários precisam tomar cuidado com permissões de novos apps.

Praticamente um ano após o retorno da febre do FaceApp e a hashtag faceappchallenge, um novo aplicativo bombou nas redes sociais no último fim de semana: o Voilá Al Artist, que permite que as pessoas transformem suas selfies em desenhos 3D. Com o app, retornaram também alguns questionamentos sobre a privacidade online e o uso da tecnologia de reconhecimento facial.

Ao analisar os termos de privacidade do Voilá Al Artist, os especialistas da Kaspersky apontam a cláusula que diz que as fotos enviadas para o aplicativo passam a ser de propriedade da empresa. É neste ponto que os especialistas se perguntam: quais usos a empresa dará para essas imagens? Um indício positivo é que o app tem seu próprio modelo de monetização – com propagandas e ofertas pagas dentro da aplicação -, isto já é um indício que o interesse comercial (vendas das fotos coletadas) não seja o objetivo principal.

Encare o reconhecimento facial como uma senha – e não saia utilizando esta opção em todos os lugares

Desta forma, os especialistas da Kaspersky acreditam que as imagens devem servir para treinar tecnologias de Inteligências Artificiais e de reconhecimento facial – como ocorreu nos últimos anos com o FaceApp. “Desde o surgimento da internet já se falava em colaboração online e o isolamento social nos fez ficar ainda mais conectados. Acredito que este tipo de situação será cada vez mais comum e pode ser feita sem problemas, mas há algumas questões de segurança e privacidade que devem ser levadas em consideração, como a transparência no uso dos dados e a responsabilidade no processamento e armazenamento das informações pessoais”, alerta Fabio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky no Brasil.

Um risco que as pessoas precisam avaliar é o uso do reconhecimento facial no lugar de senhas (autenticação) – seja no desbloqueio do celular ou ao acessar o Internet Banking. Uma empresa dificilmente usaria as imagens para algo malicioso, como burlar uma autenticação, porém estes bancos de dados de imagens podem vir a ser alvos de ciberataques no futuro e aqui Assolini destaca o segundo risco: o processamento e armazenamento de informações pessoais.

“É importante lembrar que esses dados estão armazenados em servidores de terceiros e são processados na nuvem. Uma vez que as imagens passam a ser da empresa, é ela que tem a responsabilidade de protegê-las e garantir que cibercriminosos não terão acesso ao banco de dados”, acrescenta o analista.

Sobre o comportamento dos internautas, Assolini afirma que os brasileiros estão cada vez mais preocupados com sua privacidade online. Uma pesquisa da Kaspersky de 2019 apontava que mais de 60% dos internautas no Brasil não lia os termos de privacidade dos apps e nem pensava como os seus dados poderiam ser utilizados.

No entanto, a recente pesquisa “Infodemia e os impactos na vida digital” (2021) mostra que este número caiu para 22%. “O fato de o brasileiro estar mais consciente com sua privacidade digital é uma ótima notícia e constatar que o excesso de informações não gerou impactos negativos é melhor ainda”, celebra Assolini.

Para assegurar uma diversão online tranquila, a Kaspersky relembra algumas dicas de segurança básicas:

Antes de baixar um app, verifique quem é o desenvolvedor. Apps falsos normalmente usam nomes de pessoas ou nomes falsos de empresas.

Sempre baixe o app nas lojas oficiais, pois estes passam por uma checagem que diminui as chances de encontrar programas maliciosos.

Leia o termo de privacidade e as permissões no processo de instalação para saber quais informações o app terá acesso. Tome uma decisão consciente.

Encare o reconhecimento facial como uma senha – e não saia utilizando esta opção em todos os lugares.

Telemedicina a crescer

A pandemia levou-nos a uma utilização e dependência das novas tecnologias sem precedentes.

A inovação nos cuidados de saúde, por exemplo, foi intensamente escrutinada neste GITEX, onde ficámos a conhecer melhor a telemedicina.

Shamim Nabuuma Kalilsa lidera o Chil AI Lab, uma empresa médica especializada em oncologia, e explicou-nos ter havido “um aumento de serviços de telemedicina porque antes as pessoas tinham de se deslocar aos hospitais, marcar consultas com os médicos e realiza-las em presença, mas com os confinamentos teve de se adotar esta tecnologia de consultas à distância”.

“É uma mudança e as pessoas estão a adaptar-se”, garantiu-nos Shamim Nabuuma Kalilsa.

Ficámos também a conhecer neste GITEX 2020 as propostas da Etisalat, uma empresa de telecomunicações dos Emirados Árabes Unidos com um departamento dedicado à monitorização da saúde à distância.

O estratega clínico Prateek Sardana mostrou-nos “uma solução de saúde interligada a casa” na forma de “uma plataforma de dados orquestrados que recolhe informação de diversos sensores existentes pela casa e os integra em algumas das soluções mais inovadoras como a telemedicina.”

Prateek deu-nos os exemplos de um glicosímetro, que “capta os valores de açucar no sangue e os transmite depois em tempo real para o painel da plataforma”, e um oxímetro de pulso, que “mede a saturação de oxigénio no sangue e fornece dados muitos relevantes nestes tempos de Covid”, salienta.

O estratega da Etisalat acrescenta que os dados recolhidos pelos sensores existentes na casa do paciente são depois “integrados no sistema de registo médico eletrónico de um hospital”. “Se mostrar um alerta, por exemplo de um ritmo cardíaco irregular, o médico pode convocar esse paciente para uma consulta em presença ou até chamar uma ambulância”, explicou Prateek Sardana.

Algumas das inovações que aqui descobrimos podem salvar vidas, mas há outras que não devem chegar às mãos erradas.

Pablo Holman diz que o mais preocupante “são as decisões humanas”. “Cabe a cada um de nós decidir o que é importante. Temos de ser muito claros nos nossos princípios. O que é que nos preocupa? Que mundo queremos? Que tecnologias nos podem ajudar a cria-lo?”, lançou o informático, que também fez fama como “pirata” na rede global.

Algumas das mais recentes inovações na bioengenharia, da manipulação genética ou da cibersegurança estiveram em destaque no GITEX 2020, a 40.ª edição da Exposição de Informação e Tecnologia do Golfo arábico.

A mostra decorreu no Dubai, foi uma das poucas feiras de tecnologia a abrir portas este ano e conta com mais de 1200 expositores oriundos de pelo menos 60 países.

Uma das empresas presentes foi a Engineered Arts, do Reino Unido, especializada em robótica e inteligência artificial. Apresentaram-se com um grupo de robôs humanoides, os “Mesmer”.

O enviado especial da Euronews teve oportunidade de interagir com um destes humanoides desenhados para perceber a linguagem corporal e até o estado de espírito de uma pessoa.

“Jen”, como se chama o robô que interagiu com James O’Hagan, revelou “fascinantes poderes de interação”, como os definiu o nosso jornalista.

Presentes também neste GITEX 2020 estiveram alguns conhecidos especialistas em cibersegurança, no painel de oradores.

 Um deles, Pablos Holman, já ajudou a construir naves espaciais, inventou uma máquina para desfazer furacões, desenvolve criptomoedas há mais de vinte anos e também falou com a Euronews.

Outro dos oradores na edição deste ano do GITEX foi Brian Seely. O antigo fuzileiro transformado em “pirata” informático considerado herói pelas principais agências de segurança dos Estados Unidos, o FBI e a CIA, falou-nos do aumento das vigarices pela Internet depois de as pessoas terem sido obrigadas a passar mais tempo em casa e muitas a perder rendimentos.

” A engenharia social, o roubo de dados privados e a identificação de utilizadores para enganar tem aumentado muito. Os pedidos de resgate estão a agravar-se e é mais difícil proteger as empresas quando os empregados estão espalhados por todo o lado e todos a trabalhar em VPN (n.: redes privadas virtuais )”, explicou-nos Brian Seely.

O antigo fuzileiro acrescentou haver “muito menos interação, comunicação e gestão central porque já ninguém está centralizado”. “A fronteira das empresas já quase não existe”, alerta.

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