Rede de baixo consumo de energia
Já existem vários dispositivos vestíveis no mercado, mas várias tecnologias ainda aguardam nos laboratórios porque a comunicação desses aparelhos de vestir é problemática, ou tendo pequeno alcance ou exigindo baterias que ficam pesadas demais para algo que deveria ser imperceptível.
Por isso impressionou a demonstração feita agora por Tucker Stuart e colegas da Universidade do Arizona, nos EUA.
O aparelho de vestir construído pela equipe consegue enviar dados a até 24 quilômetros de distância, o que é cerca de 2.400 vezes mais longe do que é possível com um roteador de WiFi – e quase sem necessidade de infraestrutura de rede.
Aparelhos ou roupas eletrônicas dotadas de sensores para monitorar sinais biológicos podem desempenhar um papel importante nos cuidados de saúde e no monitoramento de pacientes, fornecendo informações valiosas, em tempo real, que permitem aos profissionais prever, diagnosticar e até tratar uma variedade de condições. A maior parte das aplicações da vida real, contudo, precisa que eles funcionem onde a pessoa vá, e isso exige infraestruturas significativas, como acesso à internet, satélites ou conjuntos de antenas que utilizam os sinais de celulares.
Em contraste, o novo sistema usa uma rede de longa distância de baixo consumo de energia, ou LPWAN (Low Power Wide Area Network), que oferece 2.400 vezes a distância do WiFi e 533 vezes a do Bluetooth. Foi uma ótima demonstração desse tipo de rede, embora o fato de a equipe ter implementado um protocolo proprietário possa diminuir o interesse em seu dispositivo específico.
Juntamente com a implementação desse protocolo, os pesquisadores desenvolveram circuitos e uma antena, que, em dispositivos normais habilitados para o protocolo utilizado é uma espécie de grade que se integra ao dispositivo. Esses recursos eletromagnéticos, eletrônicos e mecânicos permitem enviar dados a um receptor a longa distância.
Para tornar o dispositivo menos intrusivo para o usuário, ele possui um sistema de recarga de suas baterias à distância, com alcance de mais de 2 metros.
equipe chama sua tecnologia de “biossimbiótica”, o que significa que ela é impressa em 3D personalizada para se ajustar ao usuário e permanecer discreta. Usada na parte inferior do antebraço, a “malha” permaneceu no lugar mesmo durante exercícios físicos, além de garantir uma coleta de dados de alta qualidade.
“Nosso dispositivo permite uma operação contínua durante semanas devido ao seu recurso de transferência de energia sem fio para recarga sem interação – tudo realizado em um pequeno pacote que inclui até cálculo integrado de métricas de saúde,” disse o pesquisador Max Farley.